Anos atrás, eu comecei um projeto uma ambientação de RPG inspirada na cultura ursina, que ganhou o nome de Barrigas & Pelos. Além de do princípio das regras básicas, também produzi diversas ilustrações e até uma animação, inspirada num quadrinhos feito pelo meu amigo Tatí:
A versão original se focava na terminologia da comunidade ursina, transformando nomenclaturas como Chaser, Chubby, Grizzly, Lobo e outras como raças, com poderes e habilidades diferentes. A ideia era desse “módulo básico” se focar nos ursos e posteriormente os próximos suplementos tratariam das outras “raças”, especificadas pelas outras letras da sigla LGBTI.
Só que, apesar do conceito interessante, isso limitava muito as opções de jogo. Se a pessoa quisesse, por exemplo, fazer uma trans lésbica, não poderia. Diante desse “impasse”, eu reescrevi boa parte da essência do jogo, ampliando para todxs os LGBTIs.
Foi assim que o Barrigas & Pelos morreu e renasceu como Rainbow Crystals!
Os Cristais Arco-Íris
No Rainbow Crystals, somos apresentados ao mundo de Bera, um jogo de fantasia Queertopia com elementos Queerpunk que se passa no continente de LeGebtyah.
Queertopia? Queerpunk? O que é isso?
Começando pelo básico, vamos falar sobre Queer. “Queer” é uma palavra inglesa antiga do século 16 usada para indicar alguém desviante da norma, que fugia das normas ditadas pela sociedade (especialmente no âmbito sexual ou identitário). No Brasil, o equivalente é a palavra transviado, que por sua vez originou o termo viado.
Queerpunk
O termo “punk” envolve subversão, revolução e luta. Em tantos outros termos como steampunk, vaporpunk e ciberpunk, há um elemento do cenário principal que indique a ambientação (“steam” para algo de tecnologia e visual vitoriano, e “ciber” para uma ambientação futurista) e o punk para indicar esse elemento de revolução (num cenário ciberpunk, essa luta é quase sempre contra corporações opressoras). A ideia por trás do queerpunk é justamente abraçar um cenário com total viés queer, e que possa abordar uma luta em prol dessas sexualidades e identidades. A ideia é podermos enfrentar opressões que sofremos no mundo real de forma fictícia, ou nos empoderarmos através desta nossa ficção coletiva.
Lá fora, a LGBTfobia é real, mata e assusta só de pensar. Dentro de Rainbow Crystals, ela pode ser um terrível dragão — que por mais assustador que seja, ele pode ser derrotado.
Queertopia
É quase um requisito que cenários punks tenham elementos distópicos (ou seja, uma sociedade em ruínas ou em situação assustadora; a ideia de um mundo nada ideal). Nesse sentido, apresentamos aqui a ideia de uma queertopia, um ambiente livre de qualquer opressão por gênero, identidade ou sexualidade. Num jogo queertópico, a ideia é que os personagens enfrentem desafios que não envolvam essa opressão que tanto nos afeta no mundo real.
Seu jogo de Rainbow Crystals pode ser Queerpunk, Queertópico ou uma mistura dos dois. É importante conversar com todas as pessoas envolvidas no jogo para ver o que querem lidar ou não durante o jogo. Encontre o equilíbrio do seu grupo e respeite as necessidades de todos; assim podemos ter um verdadeiro arco-íris RPGístico <3
E o que vem por aí?
O jogo está 98% pronto e pretendo liberar uma versão beta em breve, além de mestrar algumas aventuras de teste, antes de iniciar um financiamento coletivo.
Com isso pretendo colocar alguns artigos descrevendo melhor o cenário e o sistema.
Para finalizar e dar um gostinho, a planilha do Rainbow Crystals:
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